Em algum lugar do mundo é primavera./ Sei disso porque os jornais avisam e também/ porque a notícia veio/ como pólen. —Trecho do poema “A notícia”.
Ganhador do prêmio literário Cidade de Manaus em 2019 e lançado agora pelo selo editorial paraLeLo13S, Diálogo dos afetos, primeiro livro de poesia de Gabriel Albuquerque, encara o mundo com uma linguagem sensível e envolvente. Com uma voz lírica que mescla memória e cotidiano com arte e literatura, os poemas podem ser lidos como “uma travessia de vida”, como aponta a poeta Edilamar Galvão, que escreveu o posfácio do livro. Ela ainda afirma:
[…] Na geografia imaginária de suas nascentes, reúnem-se ecos dos mitos gregos e da pauliceia desvairada e encontram-se as águas dos rios Nilo e Solimões. Podemos reconhecer aqui e ali Hilda Hilst, Carlos Drummond de Andrade, Ana Cristina Cesar, Luis Bacellar. Mas, se isso nos servir, será apenas para sugerir o compartilhamento dessas outras águas para um leitor navegante que não teme começar no Amazonas e desaguar como chuva numa (não tão) frágil teia de aranha a reter suas gotas como cristais — aparatos de visão que o poeta descobre como um Aleph furtivo que se esconde não debaixo da escada (Borges), mas no fim da tarde de uma varanda fresca em paisagem amazônica. — Edilamar Galvão
Sobre o autor:
Gabriel Albuquerque nasceu em Manaus, Amazonas, em 1967. É professor na Universidade Federal do Amazonas. Publicou seus primeiros poemas em Teresa — revista de literatura brasileira (2001). Escreveu Deus, amor, morte e as atitudes líricas na poesia de Hilda Hilst (Editora Valer, 2012) e organizou Poesia e ficção na Amazônia Brasileira (Pontes, 2017). Diálogo dos afetos, ganhador do prêmio literário Cidade de Manaus (2019), é seu primeiro livro de poesia e reúne poemas escritos entre 1999 e 2012.
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