Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, Memórias da Plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso acadêmico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de gênero, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.
Grada Kilomba (Lisboa, 1968) é escritora, teórica, psicóloga e artista interdisciplinar. É descendente de angolanos, portugueses e são-tomenses, e hoje vive em Berlim. Trabalha linguagens híbridas que unem texto, performance, encenação, instalação, coreografia e vídeo. Formou-se em psicologia clínica e psicanálise, em Lisboa, e trabalhou com sobreviventes das guerras de Angola e Moçambique. Em 2008, recebeu uma bolsa para o doutorado em filosofia na Freie Universität Berlin. Leccionou em universidades internacionais, entre elas a Humboldt Universität Berlin. Seu livro Memórias da Plantação (2019), publicado originalmente em 2008, é uma compilação de episódios do racismo cotidiano, baseado em conversas com mulheres da diáspora africana. A obra acompanha sua exposição no Brasil, Desobediências Poéticas, na Pinacoteca de São Paulo. Seus trabalhos já foram apresentados na 32ª Bienal de São Paulo, na 10ª Bienal de Berlim, na Documenta 14, entre outras.
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