Publicado pela primeira vez no Brasil, Hiroshima meu amor é o segundo volume de nossa Coleção Marguerite Duras, que já conta com o livro Escrever. Originalmente concebido como roteiro para o filme dirigido por Alain Resnais, Hiroshima meu amor foi aclamado internacionalmente após seu lançamento em 1959, tendo recebido o Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cannes e o Prêmio da Crítica de Cinema de NY.
A história de um caso de amor entre um arquiteto japonês e uma atriz francesa que visita o Japão para fazer um filme sobre a paz apresenta uma dupla dimensão: uma íntima e uma histórica. Essas duas dimensões se sobrepõem através da evocação à memória, ao passado, ao esquecimento e ao trauma. Alain Resnais e Marguerite Duras tematizam Hiroshima a partir da premissa de que isto seria impossível após os horrores da bomba atômica. E nessa tentativa de captar algo que testemunho nenhum pode comunicar, que está na essência do sentimento da perda e do trágico, eles realizam uma obra-prima única, de um lirismo incomparável. Este livro apresenta o roteiro e os diálogos originais do filme, que realizam magistralmente o pedido de Resnais feito a Duras: “Faça literatura. Esqueça a câmera.”
Sobre a autora:
Filha de pais franceses, Marguerite Duras nasceu em 1914 na Indochina, uma colônia pertencente à França e que corresponde hoje ao Vietnã. Lá a escritora passou sua infância e adolescência antes de partir para Paris aos 18 anos, em 1932, onde cursou Direito na Universidade Sorbonne. Muitos de seus livros são marcados pelas memórias e reflexões de sua vivência asiática. Em 1943, publicou seu primeiro trabalho, Os insolentes, que seria seguido por mais de cinquenta romances, roteiros de filmes e textos dramáticos. Entre eles, Moderato cantabile, O amante (seu best-seller que lhe rendeu o prêmio Goncourt de 1984 e foi traduzido para dezenas de países) e Uma barragem contra o Pacífico. Seu trabalho foi associado com o movimento chamado nouveau roman (novo romance) e com o existencialismo. Também conhecida como a roteirista do filme “Hiroshima, meu amor”, dirigido por Alain Resnais (premiado cineasta do movimento nouvelle vague), Duras também dirigiu filmes próprios, inclusive o conceituado “India Song” de 1976, muito embora sua carreira cinematográfica não atingisse o reconhecimento nos meios intelectuais e acadêmicos. Marguerite Duras faleceu aos 81 anos de idade em Paris, vitimada por um câncer. Foi sepultada no cemitério de Montparnasse.
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