A Boitempo publica pela primeira vez no Brasil Uma autobiografia, de Angela Davis. Lançada originalmente em 1974, a obra é um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta. Questionando a banalização da ideia de que “o pessoal é político”, Davis mostra como os eventos que culminaram na sua prisão estavam ligados não apenas a sua ação política individual, mas a toda uma estrutura criada para criminalizar o movimento negro nos Estados Unidos. Além de um exercício de autoconhecimento da autora em seus anos de cárcere, nesta obra encontramos uma profunda reflexão sobre a condição da população negra no sistema prisional estadunidense.
Angela Davis é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Integrou o Partido Comunista dos Estados Unidos, tendo sido candidata a vice-presidente da República em 1980 e 1984. Próxima ao grupo Panteras Negras, foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha “Libertem Angela Davis”. Autora de vários livros, sua obra é marcada por um pensamento que visa romper com as assimetrias sociais.
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