Vencedor do prêmio Manaus 2016, na categoria poesia, o livro é uma coleção de poemas sobre o tema da fotografia, tanto as imaginárias quanto as que estão realmente em seus álbuns de família. Os versos carregam reflexões sobre o gesto de fotografar, o tempo, a memória, o esquecimento, a impermanência e o resgate (por vezes ficcional) proporcionado pelas fotografias.
O livro está dividido em 4 partes: “Desenhar com luz”, “Caixa de fotos”, “Desfotografias” e “Dublê de fake”. A primeira parte tematiza o gesto do fotógrafo, a preparação, a luz, o momento exato e oportuno do clique; a segunda parte reúne poemas que se detêm nas cenas fotografadas, as memórias de família, os álbuns organizados e as fotografias dispersas, o visível e o invisível que nelas comparece. A terceira parte reúne poemas de caráter metapoético, reflexões sobre o tempo e o embaralhamento de fotos reais e fictícias. A quarta e última parte traz o fenômeno contemporâneo das fotografias digitais, das virtualidades e das fotos que já nascem esquecidas.
O livro conta com texto de orelha de Luis Alberto Brandão. Trecho:
“Todas as fotos deste Álbum estão à espera de serem reveladas. Por você, leitora. Por você, leitor. À espera de um olhar disposto a indagar as condições do visível. De quais formas uma imagem se torna palavra? Ou deixa de se tornar? Ou cria zonas híbridas? De quais modos palavras geram imagens? Perguntas assim se deixam generosamente suscitar neste livro ao mesmo tempo denso e leve, provocativo e terno, opaco e luminoso. Os poemas-fotos que aqui você revelará são de vários tipos. Há fotos de família, amigos, amores, sim, mas sempre no limite indecidível entre o que se reconhece e o que se estranha, entre trivialidade e espanto, registro e desaparecimento, entre o que fulgura e o que se desfoca. E também há fotografias apagadas, esquecidas, não tiradas. E há fotos de fotos. E fotos em que, ambiguamente, o objeto da foto é quem fotografa.”
Sobre a autora:
Ana Elisa Ribeiro, 1975, é mineira de Belo Horizonte. Autora de Poesinha (BH, Pandora, 1997), Perversa (SP, Ciência do Acidente, 2002); Fresta por onde olhar (BH, InterDitado, 2008), Anzol de pescar infernos (SP, Patuá, 2013), Xadrez (BH, Scriptum, 2015), Marmelada (BH, Coleção Leve um Livro, com Bruno Brum, 2015), Por um triz (BH, RHJ, 2016). Além desses livros de poesia, tem outros de crônica, conto e infantojuvenis publicados por diversas editoras brasileiras. Participou de antologias, revistas e jornais no Brasil, em Portugal, na França, no México, na Colômbia e nos Estados Unidos. É doutora em Linguística Aplicada pela UFMG, professora e pesquisadora de Edição no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).
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