Perturbador. Sufocante. Belo.
Se me fosse dada apenas uma palavra, que adjetivo escolheria para definir o textos de Bia Barros? Difícil responder. Porque Madalena, Alice, é tudo isso – e mais.
Para quem, como eu, já conviveu com um doente de Alzheimer e enfrentou sua espiral de for e alucinação, o livro é de enorme impacto. Ao optar, na primeira parte da narrativa, por penetrar na esfacelada Madalena, a mulher que tem a doença a autora nos leva às profundezas dese lugar escuro que é a loucura. É como se conhecêssemos o horror por dentro.
Na segunda parte, ouvimos afinal a voz da Alice, a filha, que é cuidadora e vítima, tão vítima quanto a mãe. Ali, ficamos sabendo com clareza tudo o que já no fora delineado pela mente fragmentada e assustada de Madalena. As duas narrativas se completam e dão, com força literária, um panorama da tragédia que é a doença de Alzheimer.
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