Raízes do Brasil é um livro formador, tanto para a trajetória de seu autor, quanto para se pensar o país. Mas nem só de homem cordial vive um livro. A malha conceitual que sustenta a imaginação de Sérgio Buarque de Holanda é insuspeitadamente rica e diversa.
A queda do aventureiro foi o primeiro livro (1999) inteiramente dedicado a entender Raízes do Brasil. Nesta nova edição, o texto original foi revisto, ensaios independentes foram acrescentados, e o resultado é um panorama não só do próprio Sérgio Buarque, mas de muitas das entradas e esquinas que permitem compreendê-lo.
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“Vinte anos se passaram desde que Pedro Meira Monteiro lançou sua notável interpretação de um tema central de Raízes do Brasil: as possibilidades de futuro da democracia na sociedade brasileira, tendo ela um passado tão personalista e autoritário. Em diálogo com os “novos tempos” do livro, os anos que então se descortinavam à nossa frente, estudantes de pós- graduação na Unicamp nos anos 1990, pareciam permitir grandes esperanças. Que, em parte, chegaram a se realizar. Mas e hoje, com a desconstrução política da democracia no Brasil e noutros países, o que significará voltar àquele futuro do pretérito, àqueles “novos tempos”?
Não, o convite não é para mais uma “viagem redonda”. Pedro aperfeiçoou de tal modo sua sensibilidade crítica que o reposicionamento que faz de sua análise nos abre novas dimensões do processo social. Processo que separa passado e presente e também os/nos liga. E para cuja compreensão Raízes do Brasil emerge renovado, potente e desafiador.”
André Botelho
Sobre o autor:
Pedro Meira Monteiro é professor titular de literatura e cultura brasileira na Princeton University, onde dirige o Departamento de Espanhol e Português e é filiado ao Programa de Estudos Latino-americanos e ao Brazil LAB. É colaborador de revistas como Piauí e serrote, e autor, entre outros, de Mário de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda: Correspondência (Prêmio Academia Brasileira de Letras de Ensaio 2013), Signo e desterro: Sérgio Buarque de Holanda e a imaginação do Brasil e Conta-gotas: máximas e reflexões. Em breve, a Relicário lança Nós somos muitas: ensaios sobre crise, cultura e esperança, em parceria com Rogério Barbosa, Flora Thomson-DeVeaux e Arto Lindsay. É um dos coordenadores do projeto multidisciplinar MinasMundo.
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